22 de jun. de 2010

Para Reflexão...

Vídeo enviado pelo meu irmão Eduardo Valladares:

"Este documentário é um ensaio experimental sobre opiniões populares a respeito do poder de influência dos grandes meios de comunicação. A montagem, que deturpa ironicamente os depoimentos dos entrevistados, evidencia as possibilidades de se manipular informação, fazendo do próprio filme um exemplo de manipulação da mí­dia."


Nego inventa cada uma...

Saiu assim no Globo Esporte:

Camisetas permitem que torcedor se transforme em craques da Copa

Uma camiseteria inglesa colocou nas lojas londrinas esta semana uma camisa toda vermelha mas que, erguida sobre a cabeça do torcedor, revela o rosto do atacante Rooney em plena comemoração de um gol. Na Holanda, o craque é Van Persie.


1 - Craques da Copa?

2 - Se a moda pegasse no Brasil, essa camiseta - na versão "Lúcio" - também serviria, perfeitamente, como fantasia de clóvis (o famoso bate-bola) pro Carnaval, não é não?

17 de jun. de 2010

Ariano Suassuna - Forró, Rutherford e Bohr

Em tempos de reportagens que deixam qualquer ser humano de bem densamente estomagado – como esta entrevista do Ed Motta (clique aqui para ler), que o Eduardo Goldenberg comenta no seu blogue (Buteco do Edu) é bom a gente se lembrar de gente boa.

Sou fã incondicional do Ariano Suassuna. Dramaturgo, ensaísta, poeta: um camarada dos mais cultos e dos mais simples que o Brasil já viu passar por essas bandas.

Meio bronco, mas sempre bem-humorado, é intransigente em relação a suas convicções artísticas. Brinca com a massificação da arte, implica com os artistas de mercado, acaba com os que se rendem à americanização, mas é um defensor da cultura popular,  principalmente a nordestina, em suas diversas manifestações.


Ariano gosta, por exemplo, de lembrar Luiz Gonzaga, ao dizer que "nessas vocalistas de forró as blusas terminam muito cedo, as saias e shortes começam muito tarde". 

Aliás, num artigo recente, ele escreve: "Quando um vocalista de uma banda de música popular, em plena praça pública, de uma grande cidade, com presença de autoridades competentes (e suas respectivas patroas) pergunta se tem ‘rapariga na platéia’, alguma coisa está fora de ordem. Quando canta uma canção (canção?!!!) que tem como tema uma transa de uma moça com dois rapazes (ao mesmo tempo), e o refrão é ‘É vou dá-lhe de cano de ferro/e toma cano de ferro!’, alguma coisa está muito doente".


Já deixei, há um tempo, no Twitter, um vídeo famoso em que o mestre conta sobre a vez em que um jovem tentou convencê-lo a "entrar nas novas ondas musicais", alegando que ele estaria ficando ultrapassado (?). Confiram o clássico Rutherford / Bohr:



E agora vão ler O Romance d'A Pedra do Reino!

16 de jun. de 2010

E o Dunga, hein?


"É pra ir pra esquerda ou pra direita, Dunga?"

O Dunga, além de fazer um mal danado pro futebol e pro torcedor brasileiro, sempre foi de um ridículo incomparável em seus trajes. Desta vez, contra a Coreia do Norte, usou um casaco que gerou discussões acaloradas em grande parte do público feminino e risos incontroláveis na totalidade do público masculino. Este blogue procurou a inspiração que o senhor Herchcovitch (escrever esse nome é difícil pra cacete!) utilizou para criar esse modelo, e chegou aos seguintes finalistas. Faça a sua escolha:



15 de jun. de 2010

Da série "O crime não compensa... Mas a cervejinha..."

Deu no IG:

Uma festa de casamento realizada em Magé, no Grande Rio, terminou de maneira inusitada, nesse sábado (12). Os noivos, padrinhos e três convidados
foram presos, acusados de integrar uma quadrilha que fraudava cartões de crédito. A polícia decidiu iniciar a operação "Não tem preço" na festa de casamento, porque seria a chance de cumprir vários mandados de prisão no mesmo local.  

"Não houve reação. Houve um silêncio, que durou algum tempo. Mas o buffet continuou a servir os convidados e o bolo chegou a ser cortado. A noiva já tinha jogado o buquê. Só houve um princípio de tumulto quando começamos a apreender a cerveja", disse o delegado Fernando Vila Pouca, que coordenou a operação.



"Pode até prender todo mundo, mas não mexe na minha cerveja, p%*#@!"

14 de jun. de 2010

A Copa das Vuvuzelas




Daqui a 50 anos, leremos nos compêndios de História:

"A vuvuzela foi uma potente arma criada pela África para se vingar do mundo pelos séculos e séculos de exploração."

13 de jun. de 2010

Apesar de tudo, a Copa do Mundo vai ser nossa!

Mesut Özil e Sami Khedira, que participaram hoje do show alemão contra a Austrália, aparecem aqui em ensaio fotográfico para o jornal Bild, um dos grandes do país deles (informação colhida no Page Not Found, de Fernando Moreira):


Confesse: suas esperanças no escrete canarinho acabaram de se renovar, não é?


P.S.:




Ainda que o Felipe Melo não colabore, em diversos aspectos, para isso...

11 de jun. de 2010

Gota d'água, de Chico Buarque e Paulo Pontes

Inspirada em Medeia, de Eurípedes, trata-se de um dos grandes momentos de Chico Buarque e Paulo Pontes. Nesta cena, Bibi Ferreira dá voz à Joana, a protagonista, mulher abandonada por Jasão que, tal como na peça original, casa-se com Alma, filha do rico Creonte.


JOANA
Tudo está na natureza
encadeado e em movimento –
cuspe, veneno, tristeza,
carne, moinho, lamento,
ódio, dor, cebola, coentro,
gordura, sangue, frieza,
isso tudo está no centro
de uma mesma e estranha mesa.

Misture cada elemento –
uma pitada de dor,
uma colher de fermento,
uma gota de terror.
O suco dos sentimentos,
raiva, medo ou desamor,
produz novos condimentos,
lágrima, pus e suor.

Mas, inverta o segmento,
intensifique a mistura,
temperódio, lagrimento,
sangalho com tristezura,
carnento, venemoinho,
remexa tudo por dentro,
passe tudo no moinho,
moa a carne, sangre o coentro,
chore e envenene a gordura:

Você terá um unguento,
uma baba, grossa e escura,
essência do meu tormento
e molho de uma fritura
de paladar violento
que, engolindo, a criatura
repara no meu sofrimento
co’a morte, lenta e segura.

JOANA
(Vestindo os filhos)
Eles pensam que a maré vai mas nunca volta
Até agora eles estavam comandando
o meu destino e eu fui, fui, fui recuando,
recolhendo fúrias. Hoje eu sou onda solta
e tão forte quanto eles me imaginam fraca.
Quando eles virem invertida a correnteza,
quero saber se eles resistem à surpresa,
quero ver como que eles reagem à ressaca.

(Tempo)

Meus filhos, vocês vão lá na solenidade,
digam à moça que a mamãe está contente
tanto assim que lhe preparou este presente
pra que ela prove, como prova de amizade.
Beijem seu pai, lhe desejem felicidade
co’a moça e voltem correndo, que eu e vocês
também vamos comemorar, sós, só nós três,
vamos mastigar um naco de eternidade.

BUARQUE, Chico e PONTES, Paulo. Gota D’Água. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira Ed., 1982, p.161.