Em Hamlet, de William Shakespeare (1564 - 1616):
"Ainda aqui, Laertes? Para bordo! O vento se acha a tergo de tua vela; já te reclamam. Vai com a minha bênção, e grava na memória estes preceitos:
Não dês língua aos teus próprios pensamentos, nem corpo aos que não forem convenientes.
Sê lhano (*simpático), mas evita abastardares-te (*corromper-se).
O amigo comprovado, prende-o firme no coração com vínculos de ferro, mas a mão não calejes com saudares a todo instante amigos novos.
Foge de entrar em briga; mas, brigando, acaso, faze o competidor temer-te sempre.
A todos, teu ouvido; a voz, a poucos; ouve opiniões, mas forma juízo próprio.
Conforme a bolsa, assim tenhas a roupa: sem fantasia; rica, mas discreta, que o traje às vezes o homem denuncia.
Não emprestes nem peças emprestado; que emprestar é perder dinheiro e amigo, e o oposto embota o fio à economia.
Mas, sobretudo, sê a ti próprio fiel; segue-se disso, como o dia à noite, que a ninguém poderás jamais ser falso."
Um comentário:
Considera esta uma ótima tradução. É a que eu tenho numa coleção de comédias e tragédias. Muito bom não ? Guardei esta passagem desde a adolescência. Obrigada.
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